terça-feira, 7 de setembro de 2010

A Mediocridade Humana e a Semana da Pátria

O que significa exatamente ser medíocre? Como detectar um medíocre em seu meio social? Simples. Medíocre significa ser mediano, trivial, estar sempre entre o bom e o mau. É possível relembrar alguém? Sem dúvida cada um de nós se vê obrigado a conviver com eles. Estão por toda a parte envenenando o ambiente de trabalho de pessoas virtuosas, bem intencionadas.

Aqueles que nada têm a oferecer, nem intelecto, nem boa vontade, escondem-se atrás dos virtuosos e, quando possível tentam de todas as maneiras manchar o trabalho íntegro alheio. Assim, imagino eu, pensam que conseguem esconder suas próprias deficiências intelectuais e a má índole. É especialmente diante de dificuldades ou conflitos que os medíocres surgem com mais destaque. Nunca entram em conflito com ninguém, nem por motivo algum. Chamam-se a si mesmos com orgulho de pessoas “neutras”, como se isso realmente fosse possível. A neutralidade pode ser encontrada em uma substância, mas não em uma pessoa. Uma pessoa que se autodenomina assim é o medíocre sem dúvida alguma. Este assiste a tudo de braços cruzados sempre achando que não tem nada a ver com aquilo, sendo que em muitas vezes, é sobre seus próprios direitos que pessoas se envolvem em conflitos. Para piorar, ainda é capaz de procurar meios de se beneficiar com a luta dos outros, sem se envolver, é claro.

Como já citou Jose Ingenieros em seu livro “O Homem Medíocre” o seguinte: “Desprovidos de asas e de penachos os caracteres medíocres são incapazes de voar até o ponto mais alto ou de se bater contra o rebanho. Sua vida é eterna cumplicidade com a dos outros. Tornando-se tropa mercenária do primeiro homem firme que saiba ungi-los a seu jugo. Sua amorfa estrutura os obriga a diluir-se em uma raça, um povo, um partido, uma seita ou em uma quadrilha, sempre abandeando-se com outros.”

A tendência à mediocridade está sobre tudo na falta de caráter, mas é aprimorada especialmente na escola. A escola que têm o perfil ditatorial, que se prende a moralismos fajutos e vazios forma os medíocres. Os alunos sem base familiar sólida freqüentando esse tipo de ambiente torna-se condicionado apenas a obedecer. Parece coisa do passado? Não! O condicionamento de mentes nas escolas nunca esteve tão em alta e nunca formou tantas mentes vazias como atualmente. O aluno não sabe exatamente porque ele faz ou deixa de fazer certas atividades. Não sabe, por exemplo, o que significou de fato o dia 7 de setembro para o Brasil. Mas, lá está ele cantando hinos, prestando homenagens... Saber o que significa civismo, muito menos.

No entanto, quando temos alunos questionadores, muitos educadores se vêem perdidos, porque não sabem como agir com tal atitude, e pior, ainda acham que esse aluno é um problema de todos, que suas atitudes são preocupantes. Será que mais preocupante é a atitude do educador ou do aluno, neste caso? Que tal repensarmos a educação sob o aspecto tão almejado de formar um cidadão crítico que todos gostam de escrever mas que dificilmente são capazes de cumprir?

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Adolescentes e consumo de drogas: o que está havendo com nossos jovens?

O consumo de drogas entre adolescentes têm aumentado cada vez mais em nossa sociedade. No entanto, é possível perceber um aumento de consumo em adolescentes com mais de dezoito anos de idade. Isso pode estar relacionado à independência financeira conquistada nesta idade, mesmo assim o índice de usuários é maior entre famílias que possuem um poder aquisitivo um pouco acima da média. Apesar disto, outras drogas estão inseridas no meio familiar e não tem um custo tão elevado e não são tão difíceis de serem encontradas: o caso do álcool e do tabaco, as drogas lícitas. Este parece um retrato de âmbito nacional e regional que pode ser encontrado inclusive onde moro e trabalho.


O que parece contrastante é o fato de que até pouco tempo atrás o uso das drogas estava mais concentrado na população masculina, e, hoje, segundo os mais recentes levantamentos nos trazem a uma realidade de que o consumo praticamente está equilibrado entre homens e mulheres. Mais um sinal de que o nosso modelo de sociedade está mudando constantemente. Ainda assim, a minha região consegue camuflar esse fato muito bem. Os homens ainda são os maiores usuários de drogas, mas o número de mulheres usuárias aumentou.

Outra realidade social local é o fato de que o uso de drogas cresceu e ocorre cada vez mais precocemente, mesmo sem a independência financeira citada acima como possível causa desse aumento. O que é preciso fazer para mudar a minha realidade local é um trabalho muito extenso, exigindo um envolvimento grande entre as famílias, os órgãos governamentais e não governamentais que tem um contato direto com cada comunidade. No entanto, o trabalho é árduo já que o hábito de freqüentar locais que comercializam determinadas drogas está muito enraizado na cultura local, principalmente porque todos estes locais estão ao redor de escolas. Geralmente os pontos de distribuição estão a menos de cem metros de distância.

A escola tem um papel fundamental na mudança desta situação, ou seja, deve ser o ponto de partida de qualquer iniciativa, mas sozinha, não encontrará resultados. Este papel fundamental, para mim, é o da informação. E isto já parece ser feito não somente nas escolas, mas, também nas empresas de telecomunicações em grande escala. E quais são os resultados obtidos? O que se tem percebido é o aumento exponencial do consumo de drogas. Então, afinal, o que há de errado com essas campanhas de informação e prevenção?